Caminhos da Paz: Quando a vida escreve o roteiro

Caminhos da Paz: Quando a vida escreve o roteiro

Crônica de Lino Azevedo Júnior

A história de uma jornada real que virou documentário, proposta política e ponte entre mundos.

Por Planeta Paz | 19 Outubro de 2025

Como é misterioso observar como a vida funciona. Ela não grita, não explica, não antecipa. Ela apenas coloca as pessoas certas, na hora certa, umas diante das outras — como peças de um tabuleiro que só ela enxerga por inteiro.

Minha trajetória foi feita de encontros e desencontros. Pessoas que partiram, outras que chegaram, e conexões que pareciam aleatórias, mas hoje brilham como constelações. Hoje sou reconhecido como autoridade em Cultura de Paz em Campinas, com projeção internacional. Mas essa posição não veio por títulos nem por cargos. Veio por caminhos que a vida me fez trilhar — alguns suaves como o voo de uma borboleta, outros áridos, cheios de raios, trovões e convulsões.

Maria do Carmo, amiga que já partiu, tem alma palestina. Convertida ao islamismo, me apresentou à comunidade da mesquita. Ali conheci palestinos marcados por uma caminhada histórica de dor e resistência. Quando estourou a guerra entre Israel e Palestina, fui chamado — como voz da paz — para me posicionar. Foi assim que nasceu minha Carta Aberta pela Paz Mundial: Isarel e Palestinos.

A vida seguiu. Reencontrei um jovem das reuniões de um partido político onde tive longa experiência. Esse “jovem” cresceu, virou homem, formou família, tornou-se vereador em Campinas. Nos encontramos “casualmente” — e desse reencontro nasceu a Frente Parlamentar de Apoio à Paz e Sustentabilidade de Campinas rumo à COP 30.

Ali apresentei o Projeto GUERRA ZERO, baseado em um conceito que descobri ser inédito: Justiça Restaurativa Climática e Interespécies. A ideia de que guerras são crimes ambientais e que os agentes da destruição em massa têm responsabilidade ecológica.

E então, no meio do caminho, recebo um contato de São Paulo. Um produtor de documentário queria me entrevistar. Entrevista feita. Documentário finalizado. 🎬 Caminhos da Paz foi enviado a um renomado festival, com exibições previstas na Câmara dos Deputados Federal do Brasil, na COP 30 e em Nova York.

E percebo: o presidente da Câmara é judeu, defensor fervoroso do povo judeu. E eu me vejo, sem planejar, entre dois amigos — um palestino e um judeu — atuando como mediador da paz.

Agora é hora de colocar em prática tudo o que defendemos: Sentar à mesma mesa redonda, sem lados, e reconstruir os territórios afetados pela guerra. Usando o conceito de Justiça Restaurativa Climática e Interespécies.

Esta seria uma crônica emocionante e criativa… se não fosse a história da minha vida real.

✨ Responsabilidade Restaurativa: Caminhos para a Paz em Israel e Palestina

No coração do projeto Guerra Zero – Israel e Palestina, a responsabilidade restaurativa se apresenta como uma proposta ética, política e cultural para reconstruir pontes entre povos marcados por décadas de conflito, dor e desconfiança.

Mais do que uma alternativa à justiça punitiva, ela é uma convocação à escuta, ao reconhecimento mútuo e à reparação coletiva. Em vez de se limitar à lógica da culpa e da retaliação, propõe que indivíduos, comunidades e Estados assumam o compromisso de:

🕊️ Reconhecer os impactos reais do conflito, não apenas em termos geopolíticos, mas nas vidas concretas de famílias, crianças, territórios e memórias.

🤝 Assumir responsabilidade ativa por ações passadas e presentes que perpetuam o sofrimento, abrindo espaço para o diálogo e a transformação.

💬 Valorizar narrativas plurais, permitindo que diferentes vozes — israelenses, palestinas, refugiadas, dissidentes — sejam ouvidas, respeitadas e integradas na construção de soluções.

🌍 Restaurar é agir

Responsabilidade restaurativa exige ação concreta. Participar desse processo significa investir diretamente na reconstrução de territórios devastados, no fortalecimento das culturas locais e na promoção de uma paz sustentável. Isso se traduz em:

💸 Apoiar projetos comunitários de moradia, saúde, educação e infraestrutura com foco em sustentabilidade e justiça social.

🎭 Financiar produções culturais — filmes, livros, exposições, festivais — que preservem a memória e promovam o diálogo entre narrativas palestinas e israelenses.

🌱 Criar fundos internacionais para o desenvolvimento integral das populações afetadas, com atenção à justiça climática, segurança alimentar e acesso à água.

🧩 Estabelecer comissões de Cultura de Paz e Justiça Restaurativa e Interespécies com participação paritária entre os dois povos.

🎓 Promover intercâmbios educativos, artísticos e espirituais que reconstruam vínculos e fomentem empatia entre jovens, mulheres e lideranças comunitárias.

🗳️ Garantir que políticas públicas e acordos internacionais incluam reparações históricas e mecanismos de justiça restaurativa.

Essa abordagem reconhece que o conflito não é apenas uma disputa por território, mas uma ruptura profunda nas relações humanas e na confiança entre mundos. Restaurar essas relações exige coragem política, sensibilidade histórica e compromisso com a dignidade de todos os envolvidos.

🌿 Guerra Zero: Uma proposta restaurativa

O projeto Guerra Zero não busca apagar as diferenças, mas transformá-las em potência de convivência. Ao incorporar a responsabilidade restaurativa como eixo central, propõe:

A escuta como ferramenta de consciência.

A memória como espaço de cura.

A arte como linguagem de reconexão.

A política como prática de cuidado.

Em tempos de polarização e violência, falar de responsabilidade restaurativa é afirmar que a paz não é ausência de guerra, mas presença de justiça, afeto e reconstrução coletiva.

🎬 Caminhos da Paz

Direção: Vinicius Galaverna Quando a vida escreve o roteiro. (Baseado em uma história real que ainda está sendo vivida)

📌 Mini Sinopse

Caminhos da Paz não é apenas um documentário. É o registro de uma jornada real — a de um educador, mediador e ativista que, entre encontros improváveis e conflitos históricos, construiu pontes onde antes havia muros. De Campinas à COP 30, da Câmara dos Deputados ao diálogo entre judeus e palestinos, o filme revela como a paz pode nascer no meio do caminho.

🎥 Sobre o Diretor

Vinicius Galaverna é documentarista, editor e educador com atuação marcada pela escuta ativa e pelo engajamento social. Formado em cinema com enfoque em história, crítica e linguagem cinematográfica, coordena projetos de pós-produção e atua como tutor em cursos de pós-graduação na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Em Caminhos da Paz, Galaverna transforma “caminhadas da paz” em narrativa coletiva, propondo o cinema como ferramenta de reconexão, escuta e transformação política.

🌱 Sobre o Earth Film Festival

O Earth Film Festival é uma celebração internacional do cinema como ferramenta de transformação. Com curadoria de Rosita Cavenaghi e direção de Louis Ventura, o festival reúne obras que dialogam com temas urgentes como justiça climática, reconexão com o território, espiritualidade, ancestralidade e ativismo social.

Caminhos da Paz se destaca como uma das obras centrais do festival, por sua abordagem sensível e política da caminhada como prática de escuta e construção de pontes. Sua presença em espaços como o Congresso Nacional, a Ilha da Gigóia e a Usina da Paz reforça seu papel como agente de diálogo entre mundos que raramente se encontram.

🌍 Caminhada Pela Paz de Cotia – Mostra de Filmes

Data: 21 de outubro Horário: 14h às 18h Local: EARTH FILM FESTIVAL

• 20 de outubro: Auditório Antônio Carlos Magalhães, Congresso Nacional
• 21 a 31 de outubro: Senado Federal – Espaço Senador Ivandro Cunha Lima

Tema: Mostras e debates que unem cinema, arte e ativismo ambiental. Histórias que inspiram novas perspectivas para o planeta.

🎬 Programação de Exibição

✨ Destaque: Caminhos da Paz

Caminhos da Paz: Quando a vida escreve o roteiro é mais do que um documentário — é uma travessia real que se transformou em proposta política e ponte entre mundos. A obra acompanha uma jornada de reconexão com o território, com o outro e consigo mesmo, revelando como o ato de caminhar pode se tornar um manifesto de transformação social.

Com imagens tocantes, depoimentos autênticos e uma trilha sonora envolvente, o filme convida o público a refletir sobre os caminhos que escolhemos e os encontros que nos moldam. É uma celebração da paz como prática cotidiana — e da escuta como ferramenta de mudança.

Como disse Mahatma Gandhi: “Não há caminho para a paz. A paz é o caminho.” Este filme encarna essa ideia, mostrando que cada passo, cada gesto de escuta e cada ponte construída são expressões vivas da paz em movimento.

Por Planeta Paz | 19 Outubro de 2025

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Planeta Paz

Artigo publicado a partir de Campinas, São Paulo, BRASIL em 19 de outubro de 2025.