PROVOCAÇÕES, DE PAZ E COM MUITO AMOR, DE UM MEDITABUNDO.
Numa caminhada filosófica com o Thor de hoje de manhã, logo às 5 e meia, portanto, com poucas pessoas na rua favorecendo minhas reflexões, pensava sobre a diferença entre Paz e Amor… depois de muito andar pensando e pensar sobre o andamento do meu pensamento, estava chegando a uma primeira conclusão parcial, de que
a Paz é um estado de tranquilidade inerte, sem movimento.
Poderíamos conjecturar tendo como ponto de partida uma roda de bicicleta.
O ponto central é o que menos se move em relação a periferia da roda raiada. Poderíamos pensar que no ponto central do eixo não há movimento.
Poderíamos chamar esse centro de Paz.
Se houver uma perfeita irradiação desta paz até a periferia, então teríamos paz com movimento. Isso seria o melhor dos mundos.
O problema deste mundo é que as estradas são esburacadas e a roda não consegue rodar redonda, a todo momento há ajustes a se fazer, desde o desvio de uma pequenina farpa capaz de furar o pneu até buracos enormes que se abrem inesperadamente a nossa frente.
Pilotar essa bicicleta em paz o tempo todo é um desafio só vencido por super homens. Como diz meu amigo Albert Camus:
“Não quero ser super homem, já tenho trabalho demais tentando ser homem”.
De qualquer maneira, para nós, meros mortais, cabe-nos a difícil tarefa de, pelo menos, mantermos um mínimo de equilíbrio nesta caminhada por duas rodas: a roda da Paz e a roda do Amor. Sim, se a essência da Paz é inerte sem movimento, o Amor é quem faz a Paz girar, se movimentar, se irradiar.
A paz é inerte, o Amor é ação.
O Amor é a força que mobiliza a roda a rodar, que faz um humano, sensibilizado com a fragilidade do outro, a se movimentar para irradiar a Paz de seu centro a favor do outro, do desconhecido, daquele que não vai te convidar para a festa.
A paz é o gozo solitário. A Paz e o Amor é o gozo da união,
do eu e o outro numa só roda, numa só unidade, num só paz-amor.
Esconder-se numa persona de pacifista amoroso não resolve, não funciona, só se engana a si próprio. Maya agradece.
Refugiar-se numa longínqua caverna para meditar é preciso. Mas não dá para ser autista o tempo todo.
Em algum momento temos que viver e viver neste mundo é conviver. Refugiar-se para meditar é como parar num posto de combustível para abastecer, mas num momento o frentista nos avisa que já fez o seu trabalho e você tem que dirigir a sua própria vida em movimento.
Normalmente encerro com ironia, um pouco de humor e por vezes com um tom de sarcasmo, para dar um tempero picante e palatável aos degustadores mais insensíveis, mas hoje encerro com a
ironia de minha própria incoerência que gostamos de chamar, quando a vemos nos outros, de hipocrisia,
ao olhar no espelho e com tristeza e humildade constatar, que tudo aquilo que anseio e proclamo a céu aberto, estou exatamente ao contrário…
lino azevedo júnior, quarta-feira, 29 de novembro de 2023
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