A psicologia profunda da Educação para a Paz

Educação para a Paz Notícias

Você já se perguntou como a psicologia pode contribuir para a educação para a paz? Neste artigo, eu exploro algumas ideias e conceitos da psicologia profunda, especialmente da psicologia analítica de Carl Gustav Jung, que podem nos ajudar a compreender e promover a paz, tanto interior quanto exterior.

Eu mostro como a relação entre o ego e o self, os arquétipos e os símbolos, a individuação e a harmonia, são aspectos fundamentais para uma educação que visa despertar a essência pacífica e harmoniosa que cada ser humano carrega dentro de Si-Mesmo. Confira, compartilhe e deixe o seu comentário!!! Prof. Lino Azevedo Júnior… União e Paz!!!

Considero que, numa Educação para a Paz na perspectiva da Psicologia Profunda, o objetivo do processo educacional é fazer com que a pessoa tenha, em primeiro lugar, consciência de seu Self ou o Eu-Sou, onde habita a imagem arquetípica da Paz, ou como se diz, a essência da Paz em seu potencial pleno.

Mas essa é uma visão interessante e desafiadora da Educação para a Paz, que envolve aspectos psicológicos, filosóficos e espirituais.

Segundo essa visão, a Educação para a Paz não se limita a ensinar conteúdos sobre a paz, mas a promover uma transformação interior do indivíduo, que o leve a reconhecer e manifestar sua essência pacífica e harmoniosa.

imagem alusiva à Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica

Essa essência, chamada de Self ou Eu-Sou, seria a fonte de toda a criatividade, sabedoria, paz e amor, e estaria presente em todos os seres humanos, independentemente de sua cultura, religião ou história.

Poderíamos dizer, sem nos referir a uma linguagem ou conceitos religiosos, de que o Self ou o Eu-Sou, é a nossa porção que mais está integrada com Deus, ou de outra forma, poderíamos dizer que seria  “O Deus em Nós”.

Neste Vídeo bato um papo com os assinantes do meu canal @PsicomotricidadePositiva onde falo mais sobre o “Self ou Eu-Sou”, Confira:

A Educação para a Paz, nesse sentido, seria um caminho de autoconhecimento e auto-realização, que permitiria ao indivíduo se conectar com sua dimensão transcendente e com o Todo.

Essa visão da Educação para a Paz tem inspiração em diversas correntes da Psicologia, como a Psicologia Analítica de Jung, a psicologia Transpessoal , a Psicologia Humanista de Maslow e Rogers, a Psicologia Positiva de Seligman e Csikszentmihalyi e a Psicomotricidade Positiva do Prof. Lino Azevedo Júnior.

Neste Vídeo bato um papo com os assinantes do meu canal @PsicomotricidadePositiva onde falo mais sobre o “Self ou Eu-Sou”, Confira:

Como promover a Educação para a Paz inspirado na Psicologia Profunda, na prática de sala de aula na Escola? 

Essas correntes enfatizam o potencial humano para o desenvolvimento, a felicidade, a criatividade e a espiritualidade, e propõem métodos e técnicas para estimular essas qualidades.

Alguns exemplos de aplicação prática são a meditação, a arte, a música, a terapia, o coaching, o mindfulness, a inteligência emocional, a resiliência, o otimismo, o flow, a Normalização de Maria Montessori, a gratidão, a compaixão, a empatia, a cooperação, solidariedade, o altruísmo, entre outros.

Essa visão da Educação para a Paz também tem conexão com alguns pensadores da educação, como Maria Montessori, Edgar Morin, Humberto Maturana, entre outros, que defendem uma educação holística, dialógica, complexa, crítica, emancipatória, ecológica e planetária, que considere as múltiplas dimensões do ser humano e da realidade, e que contribua para a construção de uma cultura de paz.

Qual a relação da “Normalização” de Maria Montessori, o Self de Carl Gustav Jung e a Educação para a Paz?

Essa visão da Educação para a Paz é muito rica e inspiradora, e pode trazer muitos benefícios para a educação e para a sociedade.

No entanto, reconheçemos que ela enfrenta alguns desafios e limitações, como:

  • A dificuldade de definir e medir conceitos como Self, Eu-Sou, Paz, Amor, Harmonia, etc., que podem ter diferentes interpretações e significados para cada pessoa e contexto.
  • A resistência de alguns setores da educação e da sociedade, que podem ver essa visão da Educação para a Paz como algo utópico, idealista, subjetivo, religioso, ou até mesmo perigoso, por questionar os valores e paradigmas dominantes.

Imagem de Alunos concentrados no que estão fazendo: Alinhamento com o Self.

  • A necessidade de formação e capacitação dos educadores, que devem estar preparados para lidar com as questões existenciais, emocionais e espirituais dos educandos, e para aplicar as metodologias e ferramentas adequadas para a Educação para a Paz.
  • A escassez de recursos e apoio para a implementação da Educação para a Paz nas escolas e nas comunidades, que muitas vezes priorizam outras demandas e objetivos mais imediatos e pragmáticos.

Portanto, essa visão da Educação para a Paz é um convite para um diálogo e uma reflexão sobre o papel da educação e da psicologia na promoção da paz, e sobre os desafios e as possibilidades de uma transformação pessoal e social. 

Eu-Sou, a psicologia profunda da Educação para a Paz e a Normalização de Maria Montessori

A abordagem da Educação para a Paz, na perspectiva da Psicologia Profunda, tem alguns pontos em comum com a ideia de Normalização de Maria Montessori, mas também algumas diferenças.

Ambas as abordagens valorizam o desenvolvimento integral da criança, respeitando sua individualidade, sua liberdade de escolha e seu potencial criativo.

Ambas também buscam promover o amor, a paz, a harmonia e a cooperação entre as pessoas, a partir de uma transformação interior.

Imagem do “Sistema” sala de aula na busca instintiva pela harmonia individual e do grupo.

No entanto, a Normalização de Montessori se refere ao processo pelo qual a criança abandona os comportamentos negativos e adquire os positivos, de forma espontânea e sem esforço, graças à concentração em um trabalho que lhe interessa (lúdico) e que está adequado ao seu nível de desenvolvimento.

A Normalização é um estado de equilíbrio natural, que revela a verdadeira natureza da criança, que é bondosa, paciente, empática, disciplinada e sociável.

Já a Educação para a Paz, na perspectiva da Psicologia Profunda, se refere ao objetivo de fazer com que a pessoa tenha consciência de seu Self ou Eu-Sou, onde habita a imagem arquetípica da Paz.

O Self ou Eu-Sou é a essência pacífica e harmoniosa de cada ser humano, em seu potencial pleno, que está presente em todos, mas que pode ser obscurecida por fatores externos ou internos.

A Educação para a Paz visa despertar essa essência, por meio de atividades que estimulem o autoconhecimento, a auto-realização, a criatividade, a sabedoria e o amor.

“… para provocar a Normalização ou alinhamento com o Self, então, basta deixar a criança escolher uma atividade de seu interesse (lúdico) que ela irá naturalmente, se alinhar com o Self… será que é só isso?…”

Portanto, a relação entre as duas abordagens é que ambas partem do pressuposto de que a criança tem uma dimensão transcendente, que precisa ser reconhecida e cultivada, para que ela possa se desenvolver plenamente e contribuir para a construção de uma cultura de paz.

No entanto, elas diferem na forma como concebem e operacionalizam esse processo, bem como nos conceitos e métodos que utilizam.

Jung e a relação do ego (personalidade consciente) com o Self ou Eu-Sou, e com o estado de Paz

Para Jung, o ego é o centro da personalidade consciente, que nos permite ter uma identidade, uma vontade e uma adaptação ao mundo externo.

O ego é apenas uma parte do self, que é o centro da personalidade total, que inclui tanto a consciência quanto o inconsciente.

O self é a fonte de nossa energia psíquica, de nossa criatividade e de nossa individuação, que é o processo de realização do nosso potencial único e singular.

Neste Vídeo bato um papo com os assinantes do meu canal @PsicomotricidadePositiva onde falo sobre o “Ego ou a Personalidade Consciente”, Confira:

A relação entre o ego e o self é dinâmica e dialética, pois o ego precisa se diferenciar do self para se desenvolver, mas também precisa se integrar ao self para se completar.

O ego e o self são complementares e opostos, e precisam estar em equilíbrio para que haja uma saúde psíquica.

Quando o ego se identifica demais com o self, há um risco de inflação, de perda de contato com a realidade e de megalomania.

Quando o ego se afasta demais do self, há um risco de deflação, de perda de sentido e de depressão.

A relação entre o ego e o self também tem implicações para o estado de paz, tanto interior quanto exterior.

Para Jung, a paz é um resultado da harmonia entre os opostos, que se manifestam na psique humana como os arquétipos, que são as imagens primordiais do inconsciente coletivo.

“O conflito entre os opostos é a fonte de toda a energia psíquica, e essa energia é transformada em consciência quando o conflito é resolvido. A paz é, portanto, um estado de equilíbrio entre os opostos, que se tornam conscientes e se reconciliam. Os arquétipos são os símbolos dessa reconciliação, pois eles expressam a unidade na diversidade, a harmonia na contradição, a síntese na análise.”1

Essa citação foi extraída do livro “Psicologia e Religião”, publicado em 1938, onde Jung explora a relação entre a psicologia e as tradições religiosas, especialmente o cristianismo. Nesse livro, ele analisa os símbolos e os mitos que expressam os arquétipos do inconsciente coletivo, e como eles podem contribuir para a individuação e a paz interior e exterior.

O self é o arquétipo central, que representa a totalidade e a unidade, e que contém em si todos os outros arquétipos, como o anima, o animus, a sombra, o herói, o velho sábio, etc. O ego precisa reconhecer e integrar esses arquétipos, que muitas vezes são conflitantes e contraditórios, para alcançar uma paz interior, que se reflete em uma paz exterior.

 

imagem alusiva à Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica

Para Jung, a paz não é uma ausência de conflito, mas uma resolução criativa e consciente do conflito. A paz não é uma estagnação, mas uma transformação constante e dinâmica. A paz não é uma imposição, mas uma cooperação e uma compreensão. A paz não é uma ilusão, mas uma realidade que se constrói a partir do reconhecimento e da aceitação da diversidade e da complexidade da vida.

Sou o Prof. Lino Azevedo Júnior, Profissional de Educação Física, Especialista em Psicomotricidade, Arteterapia, Gestão Ambiental e Cultura de Paz. Também sou o autor do PROJETO BANDEIRA DA PAZ – MOSTRA CULTURAL BANDEIRA DA PAZ ( https://bandeiradapaz.org/ ) que em termos técnicos da Educação é um PROJETO “GUARDA CHUVA” de Projetos Educacionais que promovem a Educação para a Paz através da técnica “Educação por Projetos”.

Prof. Lino Azevedo Júnior

Campinas, 02 de fevereiro de 2024.

O curso “A PAZ A GENTE QUE FAZ – TEORIA E PRÁTICA PARA A EDUCAÇÃO PARA A PAZ” é uma oportunidade única de aprender com um dos maiores especialistas em Educação para a Paz do Brasil, o Professor Lino Azevedo Júnior.

O curso aborda os fundamentos teóricos e metodológicos da educação para a paz, que visa promover uma cultura de paz nas escolas e na sociedade, baseada no amor, respeito, na cooperação, na justiça e na sustentabilidade. O curso também oferece ferramentas práticas para aplicar a educação para a paz no cotidiano escolar, com o método “educação por projetos” e a participação no PROJETO BANDEIRA DA PAZ – V MOSTRA CULTURAL INTERNACIONAL BANDEIRA DA PAZ 2024.

Por Lino Azevedo Júnior

Post publicado a partir de Campinas, São Paulo, BRASIL em 02 de fevereiro de 2024.

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